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    Dia do Tango no Rio de Janeiro: A Dança que Une Culturas (17/10)

    Foto do escritor: BodiHeatBodiHeat

    Atualizado: 7 de nov. de 2024

    Dia do Tango no Rio de Janeiro: A Dança que Une Culturas (17/10)

    O Tango vai muito além de uma simples dança. Ele representa uma rica expressão cultural que conecta histórias, sentimentos e pessoas ao redor do mundo. No Rio de Janeiro, essa paixão pelo Tango, a partir deste ano de 2024, será celebrada anualmente no dia 17 de outubro, data dedicada a homenagear esta tradição que, embora tenha nascido nas margens do Rio da Prata, encontrou um lar acolhedor na Cidade Maravilhosa.

    A Origem do Dia do Tango no Rio

    O Dia do Tango no Rio de Janeiro foi criado como reconhecimento da importância da cidade na propagação deste estilo musical e dançante no Brasil. A ideia de instituir tal data surgiu em grande parte graças ao incansável trabalho de Américo Del Rio, figura chave na promoção do Tango na cidade. Américo, nascido em Buenos Aires, mas estabelecido no Brasil, é conhecido como o "Embaixador do Tango no Rio", por sua dedicação ao fortalecimento da cultura argentina na cidade ao longo de mais de 20 anos.

    A Expansão do Tango pelos Núcleos no Rio

    A consolidação do Tango no Rio de Janeiro pode ser constatada através dos 16  (dezesseis) "Núcleos Tango en Rio" (15 no Rio e 1 em Niterói), grupos que surgiram em diversos bairros da cidade e que continuam a cultivar esta tradição. Estes núcleos nasceram de iniciativas como o ProjetoTango e eventos em clubes sociais, onde espetáculos como os do Ballet Martín Fierro e Ballet San Fernando, vindos diretamente de Buenos Aires, cativaram o público carioca.

    Núcleos como os das Zonas Norte (Penha) , Oeste e Sul (Copacabana), Centro, Madureira, Vila Isabel e Santa Teresa tornaram-se, além de muitos outros eventos de tango no Rio, pontos de encontro para os amantes do Tango, onde a dança continua viva por meio de eventos regulares, aulas e apresentações. Tais núcleos proporcionam um ambiente para os apaixonados pelo ritmo trocarem experiências e aprimorarem suas habilidades, mantendo a chama do Tango acesa na cidade.


    Américo Del Rio: O Embaixador do Tango

    É impossível falar da história do Tango no Rio sem nela destacar a contribuição inestimável de Américo Del Rio. Ao longo de duas décadas, alem de ter criado os Núcleos de Tango, ele organizou o Rio Tango Festival, editou revistas e livros, produziu e/ou participou de vários outros eventos e festivais e participou de juris internacionais de tango, bem como de espetáculos e filmes.

    Ele é um defensor fervoroso da identidade cultural argentina, contribuindo para a preservação do Tango como uma tradição vibrante e relevante. Sua incansável dedicação ajudou a integrar a dança à vida cultural carioca, criando pontes entre as culturas brasileira e argentina.


    Tanto que o 1º Núcleo de Tango foi chamado de Tango Integral, porque a ideia era integrar Samba e Tango, na rua do Lavradio (na Lapa), aos sábados, às 17h00, em meio à feira de Artesãos que lá havia!

    Aliás, nesta linha de raciocínio, há um fato interessante: o Boletim Rio Tango foi criado, em 1995,  no Bar San Pedro Telmo, em San Telmo (Buenos Aires).  Paulo Araújo - um outro grande divulgador e professor de tango do Rio - , juntamente com Angela Cepeda, que haviam feito aulas com Eric e Jeusa e se tornado professores de tango, haviam levado para a capital portenha um grupo de umas  48 pessoas. E numa tarde, reunidos neste bar para um café, faziam eles  "fofocas" e piadas sobre o que ocorria nas Milongas (bailes de tango) e sobre o comportamento dos dançarinos de tango, quando Raquel Mellman lançou a ideia de se colocar tudo isto num boletim, para que os brasileiros soubessem como era o mundo "tangueiro" em Buenos Aires. Assim, neste local e neste dia, nasceu o Boletim Rio Tango!

    O Tango no Rio de Janeiro ontem e hoje

    O Dia Municipal do Tango no Rio é uma grande celebração da arte e da cultura, reafirmando a importância desta cidade no cenário global do Tango e demonstrando amor e respeito pela cultura argentina.


    Já há algum tempo e fruto do trabalho de várias figuras apaixonadas pelo Tango, como os já citados Américo Del Rio, Paulo Araújo e Raquel Mellman,  praças, salões e ruas do Rio são palco de apresentações, aulas e encontros de dançarinos e apaixonados pelo ritmo, garantindo que o Tango continue conquistando corações, sempre com aquele toque especial carioca.  

    Na realidade, o Tango dançado em salão já existia no Rio na década de 80 (1980) - e talvez até antes -, com professores que se envolviam com este ritmo, dançando e dando aulas, apesar do pequeno alcance de  sua atuação e de se tratar de um Tango mais "coreografado". Mais para o final dos anos 80, algumas figuras se destacavam nesta dança: Leny Fiore, que foi parceira de dois nomes bem conhecidos:  Amaury e Trajano; Jorge Paulo; Ieda Cardoso e Maria Antonieta.

    É neste contexto que,  a partir de setembro de 1987, com um curso dado por Eric Muller (1) na Escola de Dança Chiquinha Gonzaga, do Jaime Arôxa, as aulas de tango começaram a ser do que atualmente  se concebe como tango salão e mais conhecidas. A  ele juntou-se, logo depois, Jeusa Vasconcelos, bailarina brasileira, que se tornou sua parceira na dança e na vida.

    (1) suíço que fizera dança e teatro na Alemanha e acabara de voltar de Buenos Aires, onde ficara por um ano.

    Um pouco mais tarde, como o casal passava mais da metade do ano na Europa e em Buenos Aires, ficando uns 2 meses no Brasil quando para aqui vinha, Márcia Figueiredo e Plínio Flores (nas aulas), bem como Sérgio Maciel e M. Luiza Andrade (nas milongas) os substituíam.

    Por volta da última década do século XX, uma senhora da sociedade carioca, Aparecida Belotti, começou a aprender Tango e depois a promovê-lo e até a patrociná-lo, trazendo para o Rio, pela primeira vez, reconhecidos profissionais de tango de Buenos Aires para dar aulas e fazer apresentações. Curioso saber que, no princípio, ela trazia professores da Argentina para ficarem em sua casa e lhe darem aulas por cerca de uma semana a 10 dias, pois era mais prático e barato para ela do que ir para Buenos Aires.


    Destes argentinos, o primeiro foi Dina Martinez. E, tendo em vista o interesse manifestado por outras pessoas, Aparecida decidiu "abrir" a possibilidade delas também terem aula particular com tais professores. Enfim, com o passar do tempo, ela acabou por organizar workshops de Tango com professores argentinos para a comunidade "tangueira" em geral e a produzir milongas (a primeira aos 06.06.1998), não apenas em sua casa no Jardim Botânico (na maioria das vezes com jantar ou almoço) mas também em excelentes locais, para bailes maiores, como no Clube Sírio Libanês - a "Milonga Real" (no início em parceria com Valdeci de Souza, famoso sambista carioca que também acabou aderindo ao tango e produzindo a "Milonga Del Sábado").  Os "tangueiros" eram unânimes em considerar os bailes da Aparecida como os melhores do Rio e sua "Milonga Real" como a melhor do país.

    O ano de 2004 parece ter marcado o auge do Tango no Rio de Janeiro.

    Hoje em dia o Rio tem inúmeros professores, escolas e eventos de Tango, alguns renomados, sem falar de alguns aqui citados, que continuam  em sua trilha "tangueira".



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    Curiosidades do Tango no Brasil e no Mundo

    Embora o Tango tenha nascido na Argentina e no Uruguai, ele rapidamente se espalhou pelo mundo. No Brasil, o Rio de Janeiro foi um dos principais pontos de entrada desta dança, que no início do século XX já havia conquistado a elite carioca e, posteriormente, as camadas populares. Um fato interessante é que o Tango  nasceu na mesma época em que o maxixe, uma dança tipicamente brasileira, mostrando como diferentes estilos podem ter uma mesma origem e se influenciar mutuamente.

    Globalmente, o Tango alcançou grande prestígio, especialmente na Europa. Paris, na década de 1920, se tornou o grande epicentro do Tango fora da América do Sul. O ritmo se infiltrou nos salões da aristocracia, conquistando a alta sociedade francesa. Em 2009, a importância cultural do Tango foi oficialmente reconhecida quando a UNESCO o declarou Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, reafirmando seu valor global e sua capacidade de atravessar fronteiras e gerações.​​​

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